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COMUNIDADES DE DOM FELICIANO – LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

Queridos leitores dando continuidade a nossas colunas sobre comunidades do nosso interior de Dom Feliciano, hoje iremos falar sobre a localidade denominada LINHA JÚLIO DE CASTILHOS 
22/06/2022 Luciana Terezinha Novinski
Luciana Terezinha Novinski
Luciana Terezinha Novinski

Queridos leitores dando continuidade a nossas colunas sobre comunidades do nosso interior de Dom Feliciano, hoje iremos falar sobre a localidade denominada LINHA JÚLIO DE CASTILHOS ( Jornalista e político, Deputado Federal e Presidente do Rio Grande do Sul e principal autor da Constituição Federal de 1891). A primeira reunião organizada de poloneses na Linha Júlio de Castilhos e na vizinha Nicolau Pederneiras foi dia 12 de outubro de  1920, na casa de Alexandre Zimnoch, sob coordenação de José Staniecki. A finalidade principal da reunião dessas duas colônias foi a fundação de uma Sociedade e a construção de uma escola, que seria denominada Rei João Sobieski, porém alguns anos depois trocou o nome para Sociedade São João Batista. José Staniecki foi eleito Presidente e faziam parte da Diretoria Administrativa: Alexandre Zimnoch, Pedro Kapczynski, Francisco Kila, Francisco Kila Filho, Ladislau Barnet, Antônio Siemionko, Teodoro Kleinowski e José Stzykalski. O lugar para construir a sede da sociedade foi comprado de Francisco Kila, tabuas e madeiramento necessário para a mesma foram retirados de florestas a 6 km do local, tijolos foram produzidos no local, pedras buscadas próximo e somente cal que foi usado buscaram mais longe, com carroças e carroções que os colonos possuíam. A construção levou 2 anos, só foi pago o pedreiro Sr. José Juredko que recebeu 300 mil réis, pois a construção foi por conta dos próprios moradores.  No decurso da construção, as aulas realizavam-se na casa de Aloísio Zimnoch, com a professora Maria Chmilewski, ela também foi a primeira professora da escola depois de pronta, mas infelizmente pouco tempo depois veio a falecer, deixando a comunidade bastante triste. Tempos difíceis foram aqueles, pois na falta de estradas boas, os colonos transportavam sua produção em carroças, transportando sua produção a cidades como Pelotas, São Jerônimo, Capivari para troca-las por dinheiro. No magistério também lecionaram João Rykaczewski, Ana Brzoskowski, José Jankowski, Martinho Jakowski, Ladislau Galczynski e outros, as aulas eram nas duas línguas, e os honorários eram pagos através de bailes e eventos promovidos pela entidade para angariar dinheiro. Porem infelizmente uma crise abateu a localidade, e por um certo período até fecharam a escola por causa disto. Em 1941 chegaram as irmãs religiosas que também eram professoras e aí assumiram a escola, mas um ano após já foram embora porque a comunidade não tinha o suficiente para as sustentar. Então um cavalheiro jovem de nome Estanislau Kaczmarek assume os estudos, fazendo até um exame estadual, que o propiciou uma pensão municipal que recebeu enquanto ensinou na escola. Ele ensinava em Português, mas conversava com os alunos em polonês, porque em casa as crianças só falavam com a família em polonês. Nesse período a Sociedade instalou a primeira Biblioteca da localidade, com muitos livros, na maioria poloneses, que foram lidos por toda comunidade, pois era muito frequentada.  Dificilmente, porém, podia-se pensar em comprar novos livros, pois a pobreza era muita, todos se interessavam muito por notícias polonesas para saber como estavam vivendo seus familiares na Polônia, em grupo assinaram o jornal “Lud” que tinha essas informações. Em 1954, a Sociedade recebeu do Governo Estadual uma subvenção no valor de 5 mil cruzeiros para a conservação do prédio e pintura do mesmo. Deve-se reconhecer que  graças aos bailes e festas realizados na sociedade que os responsáveis pelo mesmo tinham que pagar uma quantia significativa, que servia para pagar os professores, pois os pais das crianças que estudavam só   contribuíam com a quantia que podiam, que era bem pequena. A educação sempre foi muito importante, porém existiam alguns jovens, que já naquela época existiam, os considerados baderneiros, era uma trinca de arruaceiros, que sempre que podiam estavam metidos em confusão, andavam armados com revolveres e rebenques, José Ch, Venceslau W. e Estanislau St. Sem serem convidados participavam das festas da comunidade provocando e derrubando gente pacata. Só depois de alguns anos, revoltados os sócios da sociedade resolveram amansar esses desordeiros, José morreu baleado em um baile, Venceslau perdeu um braço com um tiro e Estanislau apanhou tanto de rebenque que nunca mais saiu de casa para incomodar. Em 1961 a Sociedade São José da Linha Felipe Noronha não funcionava direito, ai seus alunos se transferiram para a escola da Júlio de Castilhos, que chegou a atender até 60 crianças. Mas para poupar a caminhada das crianças, o professor Estanislau Kaczmarek foi dois invernos a mesma para ensinar. Outro ponto positivo desta comunidade, eram os negros e mulatos que trabalhavam ajudando as famílias, e eram tão bem tratados que alguns falavam a língua polonesa fluentemente, pois aprenderam com seus patrões e até o terço era rezado junto em polonês. E assim como em outras comunidades os primeiros imigrantes que trabalharam para o desenvolvimento desta localidade  foram falecendo e sendo enterrados no Cemitério Municipal da cidade, e a toda localidade  JÚLIO DE CASTILHOS desde sua fundação até o presente momento fica o agradecimento em busca de seu crescimento. Até nossa próxima coluna!


 










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