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Narrativas de Descendentes de Imigrantes – Família de Ceslavo Bystronski

Nesta coluna estaremos relatando a narrativa de um descendente de Imigrantes, sobre a chegada de sua família ao Brasil e a Colônia São Feliciano, trata-se de Ceslavo Bystronski
13/09/2021 Luciana Terezinha Novinski
Luciana Terezinha Novinski
Luciana Terezinha Novinski

Nesta coluna estaremos relatando a narrativa de um descendente de Imigrantes, sobre a chegada de sua família ao Brasil e a Colônia São Feliciano, trata-se de Ceslavo Bystronski filho dos Imigrantes Francisco e Bronislava Bystronski, casado com Wladislawa Wolowski, filha de Mariano Wolowski e Mariana Ulinowski, que nara a vinda de seus pais ao Brasil. Relatou que seus pais vieram da longínqua Polônia com  outros imigrantes. Eram naturais da aldeia denominada “Bukowicz”. Seu pai Francisco ao completar 21 anos de idade foi convocado pelo Exército Russo na época da ocupação da Polônia pelos Russos, Austríacos e Alemães, ficando a seus serviços durante 5 longos anos. Voltando do mesmo, encontrou em uma aldeia próxima, Bronislava Wolowski, casando-se com ela. Influenciados por outros imigrantes que na época vinham iludidos pela propaganda decidiram partir em 1890. Chegaram de navio a Ilha das Flores no Rio de Janeiro, permanecendo ali por 4 semanas. Ali faleceram muitas crianças, incluindo seu irmão de 1 ano. Ficaram muito deprimidos com isso, mas ainda de lá até Porto Alegre viajaram 8 dias. Não havia ninguém que orientasse, somente apresentavam os nomes dos lugares para os quais poderiam ir. Após pensarem escolheram a Colônia São Feliciano, passaram para o outro lado do rio e embarcaram em carretas de 2 rodas puxadas por juntas de bois. Após vários dias de viagem chegaram perto de um grande mato e daí precisaram seguir a pé, pois não havia trilha para carretas, somente lombo de burros e balaios para transporte de crianças e dos poucos pertences que trouxeram. Assim chegaram até onde havia um pouco de mata derrubada e um Barraco de Chefia da Colonização, onde permaneceram. Chocados, choravam mas tinham que reagir pois a fome era muita. As senhoras recebiam  alimentação e permaneciam nas barracas com muito medo de ficarem sozinhas pois os homens precisavam derrubar a mata e abrir estradas porque somente havia trilhas da medição das linhas e lotes que os imigrantes escolhiam. Fizeram as primeiras casas de pau a pique cobertas com coqueiro aberto ao meio que servia como telha. Em depoimento contou Sr. Ceslavo que a mãe falava do medo e sofrimento que passaram no começo da imigração. Não tinham onde morar, o que comer e nem o que vestir,  precisavam usar a criatividade e possuir espírito de aventura para suportar os obstáculos que se apresentam no dia a dia, lhes faltava tudo porque somente trouxeram produtos essenciais. As refeições eram preparadas em panelas de barro ou latas penduradas em forquilhas e servidas em utensílios de  barro ou madeira. O que mais sentiam era a falta de pão. Ao colherem o primeiro milho ou centeio, faziam farinha em moinhos manuais para os produzirem. Com o passar do tempo foram abrindo clareiras, queimando a mata e promovendo mutirões para fazer as plantações. Sofreram muito até 1893, onde perseguidos pelos federalistas, pois estes revolucionários apossaram-se dos poucos animais que eles possuíam e atacavam as plantações. Fizeram reclamações ao Governo da Província mas devido a distância e o pouco interesse nenhuma medida foi tomada por parte deles. Trouxeram muita fé consigo em Deus e Nossa Senhora de Czestochowa, Padroeira da Polônia. Seu pai dizia: “ Derrubei um grande pedaço de mato, secando e fazendo a queima. Plantei batatas, feijão e milho. Após comecei construir uma casa coberta de tabuinhas recortadas, quando colhi o milho, moeram parte para fazer farinha, peneirando a farinha em joeiras feitas de taquara”. Essa massa era enrolada em folhas de caitê e colocada no lugar do fogo, cobrindo com cinza quente e brasas, assim era feito o pão. Muitas famílias retornaram, não aguentando a saudade, outras acostumaram e ficaram. Encerramos as narrativas do Sr. Ceslavo lembrando que era notável a emoção que o dominava, pois junto com sua mãe as dificuldades que sua família passou ficaram para sempre na memória. Nossa próxima coluna será sobre Sr. Ceslavo Bystrosnki que narrou  esta coluna, pois foi um grande comerciante da comunidade, acompanhe! ( como não temos fotos para a coluna, irei colocar a do calendário dos 100 Anos da Imigração, pois é uma réplica dos nossos imigrantes)



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