Queridos leitores hoje estaremos falando em nossa coluna sobre algumas dificuldades que nossos antepassados enfrentaram, esta inclusive foi relatada no Jornal Lud edição 77 noticiada por um morador da Colônia, Hilário Uszacki. O povo de nossa comunidade sempre foi muito trabalhador, além das lavouras, possuíam hortas e pomares fartos depois de estarem habituados com nossa terra e nosso clima, trabalhavam felizes e bastante durante a semana em suas lavouras, e aos domingos se reuniam para acompanhar a Santa Missa, na época celebrada pelo Pe. Myska. Mas o que ninguém esperava é que naqueles dias de outubro, uma grande tempestade se aproximava. No raiar do dia se ouviam trovoadas, relâmpagos e vento forte. E após iniciou-se uma forte chuva, muito intensa e continua por mais de 7 dias. As águas dos arroios transbordaram, as lavouras foram prejudicadas, se perderam plantações de trigo e batatinha, pastos e crateras se abriram nas lavouras e nas beiras de arroios. O rumor de árvores quebrando e pedras rolando nas sangas era assustador. Os colonos aflitos tentavam salvar seus filhos e animais. As águas do Sutil subiram 15 metros, casas ficaram ilhadas, outras prestes a cair, moinhos e engenhos foram levados pelas águas e para piorar às 16 horas do dia 03 de outubro de 1936 a ponte de ferro do SUTIL que era tão importante pra Colônia é levada pela força das águas, que no momento estavam já 3 metros acima da guarda da ponte. Por ter acontecido essa tragédia, por um longo período tanto pessoas como automóveis, faziam a travessia do Sutil através de uma Balsa (foto na coluna). Uma triste visão que não foi esquecida naquela época. Aos poucos outras cidades ficaram sabendo de notícias sobre os estragos causados pela enchente na Colônia São Feliciano. Tudo estava interrompido, o povoado na sede da Colônia ficou as escuras, pois não tinham como ligar o dínamo que naquela época a comunidade já possuía, ficando assim por dias, sem eletricidade. Essa enchente constituiu um desastre de proporções incalculáveis para Colônia, com prejuízos em várias regiões. Mas apesar de tanta tristeza, sofrimento e desespero os imigrantes conseguiram superar mais esta dificuldade, porque Graças a Deus não houve vítimas fatais. Encerro a coluna por aqui para não me tornar cansativa, esperando sua companhia em nossa próxima edição. Até lá!