Pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRGS descobriram que o Rio Grande do Sul abriga mais de 800 espécies de borboletas. Só na Capital, a equipe encontrou mais de 500 espécies. Esse número é superior ao de países como a Austrália, por exemplo, onde foram localizados 400 tipos.

A lista de borboletas foi catalogada depois de mais de 30 anos de pesquisa. De acordo com a coordenadora do laboratório, Helena Piccoli Romanowski, o material vai virar um artigo, que deve ser publicado nas principais revistas sobre o assunto ainda em 2020.

A explicação para tantas espécies se abrigarem no estado está nas diferentes paisagens e ambientes disponíveis para que as borboletas vivam por alguns dias ou até um ano.

"Aqui no RS a gente tem tanto as florestas, quanto essas áreas abertas de campo. Quando tu soma toda essa diversidade de ambientes, tem uma fauna de borboletas muito rica e isso explica a diversidade delas que temos no nosso estado", explica o colaborador do Laboratório, Lucas Kaminski.

Para o pesquisador, as borboletas têm um papel muito importante na natureza, auxiliando na polinização e servindo como indicadoras ambiental.

"Manter os ecossistemas e a biodiversidade inclui a gente, pois nós somos parte da biodiversidade, o nosso bem estar depende da qualidade do ambiente. E vários desses serviços importantes são feitos pelos insetos, como as borboletas".

Visita às borboletas

Para que seja possível observar esses insetos, alguns parques da Capital criaram trilhas dedicadas para as borboletas.

O parque Saint Hilaire, na Zona Sul da cidade, serve também de local de estudo para a equipe do laboratório. Segundo a pesquisadora Clara Heinrich, o parque distribui folhetos e um guia sobre as espécies que habitam lá.

"Todas essas espécies que estão na placa estão também no guia. Conforme for visualizando [as borboletas], tu marca qual viu e o onde viu, se foi em borda de mata, campo ou mata fechada. As borboletas têm suas preferências assim como a gente", explica.