Agricultura


Chuva atrasa plantio do arroz no RS e potencial produtivo pode ser comprometido

Levantamento da Conab aponta que semeadura será concluída fora do período recomendado
14/11/2019 Gaúcha ZH - GISELE LOEBLEIN Foto: Raquel Flores / Irga/ Divulgação

A chuva em excesso que caiu sobre o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a produção gaúcha. No segundo levantamento da safra 2019/2020, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou dados coletados no período de 28 de outubro a 1 novembro. E a maior preocupação vem das lavouras de arroz. Com apenas 55% da área estimada já semeada, a cultura deverá ter o plantio encerrado fora do período estabelecido pelo zoneamento agrícola de risco climático. 

— A Região Central tinha apenas 13% da área semeada. E é uma área significativa, de 128 mil hectares. O plantio vai se estender  até dezembro, janeiro, com potencial de prejuízo na produtividade — alerta Carlos Bestétti, auxiliar da superintendência da Conab no Rio Grande do Sul.

Em lavouras localizadas na Campanha também houve problemas causados por inundação. Segundo Bestétti, fica a dúvida sobre a necessidade e a possibilidade se fazer replantio nessas áreas. Outro ponto a ser considerado é que diante do cenário de atraso no plantio, há perspectiva de redução de área maior do que  a projetada.  Pelos números da Conab, seriam 951 mil hectares, 5% a menos do que no ciclo anterior. A produção, por ora, deve alcançar 7,38 milhões de toneladas, queda de 0,1% sobre  o volume da safra 2018/2019, quando houve redução de mais de 1 milhão de toneladas, também em razão de condições climáticas desfavoráveis.

— Já existem indicativos de que não se confirmará a área, mais a possível redução de produtividade — observa Alexandre  Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS).  

A entidade estuda a possibilidade solicitar a ampliação do prazo do zoneamento, que termina na sexta-feira (15). Porque além da perda do potencial produtivo, o agricultor que plantar fora do período fica sem a cobertura do seguro em caso de perdas. 

Tanto Bestétti quanto Velho descartam, no momento, risco de desabastecimento de arroz, ainda que a oferta do produto esteja mais ajustada. 

O excesso de umidade também deve comprometer a qualidade das lavouras de trigo que estavam prontas e não puderam ser colhidas em razão do mau tempo.  De forma geral, no entanto, as projeções apontam boa safra, com 2,21 milhões de toneladas, alta de 17,9% sobre  o ciclo anterior. 

No total, a produção de grãos (de inverno e verão) gaúcha do ciclo 2019/2020 é projetada em 35,11 milhões de toneladas. No país, o volume a ser colhido 246,4 milhões de toneladas, representa recorde e aumento de 1,8% em comparação à safra 2018/19.  

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Aline Rosiakwolcedj ar

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