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Os caminhos para o Inter se dar bem no mata-mata contra o Flamengo

Ex-campeões dão dicas e falam o que esperam time de Odair Hellmann nesta quarta-feira, em um Maracanã lotado
21/08/2019 GaúchaZH

Uma partida com cara de final. Na noite desta quarta-feira (21), a partir das 21h30min, o Inter terá pela frente o maior desafio do ano: encarar o badalado Flamengo, com 70 mil torcedores empurrando a equipe de Jorge Jesus no Maracanã. O jogo de ida pelas quartas de final da Libertadores surge como o grande jogo do Inter desde o retorno à elite continental. 

Diferentemente do que a CBF fez com a Copa do Brasil, a Conmebol manteve no regulamento o gol marcado fora de casa como critério de desempate. Ou seja: mesmo que o Inter vá ao Rio de Janeiro para se defender, em um primeiro momento, a presença de Paolo Guerrero nas cercanias da grande área tende a ser ameaça a Diego Alves, Thuler e Marí. É bem verdade que, do outro lado, Bruno, Rodrigo Moledo, Víctor Cuesta e Uendel deverão ter uma noite de muito trabalho mesmo com o provável desfalque de Gabigol, com Bruno Henrique, De Arrascaeta, Gerson e Everton Ribeiro formando um dos setores ofensivos mais letais do futebol brasileiro.

— O Inter está com uma maneira consolidada de jogar. Não acredito que vá ao Maracanã apenas para se defender. Se fizer isso, terá problemas — entende o ex-zagueiro Aloísio, 56 anos, que formou com Pinga uma das melhores duplas de zaga da história moderna do Inter. — Ainda que Moledo e Cuesta sejam muito bons e estejam em grande fase, não se pode contar com um jogo perfeito diante de um time com ataque tão forte — acrescentou.

Aloísio jogou a final da Copa União (uma espécie de Brasileirão de elite, com apenas 16 clubes) de 1987 entre Inter e Flamengo. Dos 11 titulares do time do Rio, apenas o meia Ailton não havia defendido a Seleção Brasileira. Foi um confronto entre desiguais, com empate em 1 a 1 no Beira-Rio e magro 1 a 0 para o Flamengo, no Maracanã.

— Aquele Flamengo foi um dos melhores da história, mas o contexto atual é bem diferente. O Inter tem um time consolidado, enquanto que o Flamengo ainda está se ajustando. Vejo em Bruno Henrique o grande risco para o Inter, pois ele dribla fácil e tem velocidade. É um perigo constante. O Inter, por sua vez, pode contar com um cara acostumado a jogos desse tamanho: Guerrero, a principal arma do Inter — disse Aloísio.

Se uma das novidades da última convocação de Tite para a Seleção soma 16 gols em 36 jogos pelo Flamengo, Guerrero fez 11 gols em 19 jogos com a camisa colorada. A média de gols de Bruno Henrique é inferior à de Guerrero: 0,44 gol contra 0,58 gol por jogo. Quando os dois se cruzaram pelo Brasileirão, no Beira-Rio, deu Inter 2 a 1, com um gol de Guerrero – De Arrascaeta empatou e Sarrafiore definiu o jogo.

O ex-lateral-direito Luiz Carlos Winck, capitão do Inter na final de 1987, também jogou no Flamengo, em 1995, do badalado setor ofensivo que reuniu Sávio, Romário e Edmundo, apelidado de "O maior ataque do mundo", mas que acabou não dando certo.

— Atualmente, Flamengo e Palmeiras têm os dois melhores elencos em termos financeiros. Mas o Inter tem um time muito bem ajustado, com os três setores equilibrados, e tem totais condições de fazer dois grandes jogos. Joguei nos dois, sei da força do Maracanã para o Flamengo, mas, assim como em 1995, o fato de ter o time mais caro e mais badalado não significa ser o favorito. Imagino o Inter fazendo um grande jogo, adiantando a marcação e pressionando a saída de bola do Flamengo — sugeriu Winck, ex-técnico do Caxias e do Juventude, entre outros clubes do Interior. 

Taffarel também estava naquela decisão entre desiguais. O atual preparador de goleiros da Seleção Brasileira foi um dos avalistas daquela grande campanha, que levou um time em formação ao vice-campeonato nacional. O ex-camisa 1 colorado aposta que, agora, pela Libertadores, as chances do time de Odair Hellmann diante do primo rico são grandes:

— É cedo para comparar o Flamengo atual com aquele de 1987. A equipe de agora ainda é instável. Pode mostrar todo o seu potencial em alguns lances e, em outro jogo, já não conseguir repetir a mesma atuação. Mas é um grande time, com jogadores de alto nível e que vai crescer muito. A questão é que o Inter tem sido regular, sem altos e baixos, e isso conta muito no futebol. O Inter tem muitas chances no Maracanã. E esta primeira partida é fundamental para o mata-mata.

Campeão da Copa do Brasil em 1992 com o Inter, o ex-lateral-esquerdo e atual treinador Daniel da Costa Franco entende que o clube precisa pensar como em seus melhores momentos de mata-mata: pensar em levar alguma vantagem para o jogo da volta, no Beira-Rio.  

— Sair vivo da casa de um adversário poderoso como o Flamengo é essencial. Mas o Inter tem se mostrado muito forte, dentro e fora do Beira-Rio. O Flamengo tentará se impor o tempo todo, enquanto o Inter terá a sua marcação intensa, buscando os contra-ataques. Guerrero pode ser o diferencial no clássico, é homem de área, além de estar em grande fase — destacou Daniel. 

Bicampeão da Libertadores com o Inter, Bolívar vê semelhanças nas quartas de final 2006 e na de agora, diante do Flamengo:

— Naquele ano, pegamos a LDU, com oito jogadores da seleção equatoriana, e com o primeiro jogo fora de casa. O Flamengo me lembra aquela LDU, mas com um alto investimento. Imagino que seja um jogo de pressão, como foi aquele. Imagino o Inter esperando o Flamengo, mas com uma linha alta na marcação e se valendo da transição ofensiva, que é muito rápida — disse o ex-zagueiro e hoje técnico do Brasil-Pel, lembrando que o Inter perdeu na altitude de Quito por 2 a 1 e que, no jogo de volta, fez 2 a 0, se classificou, e avançou à semifinal contra o Libertad, antes de ser campeão contra o São Paulo.

Na noite de hoje, diante de um Maracanã lotado, o Inter de Odair Hellmann poderá dar a prova definitiva de que está pronto para reconquistar grandes títulos. 

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