Política


Pré-candidatura de Eduardo Leite à Presidência da República deve contar com apoio do paulista Geraldo Alckmin

Um dos dois tucanos deve concorrer à Presidência da República no ano que vem
22/09/2021 O Sul

Fontes ligadas ao comando nacional do PSDB avaliam que a decisão do ex-governador paulista Geraldo Alckmin em adiar a sua desfiliação da sigla tem um objetivo bem específico: atuar a favor do Executivo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na eleição interna que definirá o candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2022.

O outro presidenciável é o atual governador de São Paulo, Joao Doria, que muitos consideram favorito nas prévias do PSDB. Ele já teve rusgas políticas com Alckmin, que comandou o seu Estado em três mandatos (2001 a 2006 e de 2011 a 2018), ainda é um nome de peso na legenda e projeta que, se sair agora, seria seguido por outros correligionários que podem votar no postulante gaúcho.

Neste terça-feira (21), Eduardo Leite registrou oficialmente a sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB (Doria Doria já havia providenciado a inscrição no dia anterior). O documento foi entregue na sede do partido em Brasília (DF) e um de seus trechos argumenta que o Brasil precisa de união:

“Não desejo ser presidente para brigar com Lula ou Bolsonaro [ex-presidente e atual mandatário], mas sim para brigar pelos brasileiros contra os enormes problemas que nosso país tem. Eles, os problemas, é que são meus inimigos”.

Prévias

Serão dois meses de campanha, com primeiro turno das prévias no dia 20 de novembro. Fontes ligadas à sigla apontam vantagem de Doria, com mais de 30% da preferência dos correligionários, contra 10% de Eduardo Leite. O cenário, porém, ainda permite margem para mudanças.

O gaúcho fechou com o diretório do PSDB de Minas Gerais, que responde por um décimo dos votos do partido na prévia – há, também, o seu próprio Estado e o mencionado apoio de Geraldo Alckmin em São Paulo.

Doria, por sua vez, angariou os apoios de São Paulo, Paraná, Acre e Pará, além de contar com a adesão dos tucanos do Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Caso se confirme esse panorama, ele teria 35% do total. Ele tem ao seu lado, ainda, Fernando Henrique Cardoso, atual presidente de honra da legenda e que comandou o País entre 1995 e 2002.

Não se trata, porém, de uma matemática simples. A executiva nacional do partido decidiu atribuir maior peso aos votos de filiados atualmente exercendo mandatos, seja no Executivo (prefeitos, governadores) ou no Legislativo (vereadores, deputados estaduais e federais e senadores).

O “elenco” do PSDB inclui, no momento, três governadores, sete senadores, 33 deputados federais, 720 estaduais (incluindo o Distrito Federal), 520 prefeitos e 4.377 vereadores. Os ex-presidentes nacionais da sigla também representam um importante voto a se considerar, como é o caso do já mencionado FHC.

Para conquistar tucanos com mais peso nas prévias, o governador gaúcho e o paulista têm visitado outras partes do País nos últimos meses. O primeiro já esteve em 12 Estados, enquanto o segundo visitou dez.

A favor de Leite conta – ao menos em tese – o fato de sofrer menor rejeição dentro e fora do PSDB. Isso daria a ele maiores chances de o seu nome angariar simpatia entre indecisos dentro da legenda. Até mesmo prefeitos tucanos de Santa Catarina (Estado brasileiro mais bolsonarista) já o incentivaram.

“Terceira via”

No dia 17 de agosto, Eduardo Leite afirmou estar decidido a disputar as eleições prévias de seu partido para escolha do candidato tucano ao Palácio do Planalto:

“Fui demandado por um grupo de deputados do PSDB que esteve no Rio Grande do Sul em fevereiro. Eles me provocaram sobre levar o País a discutir não apenas o que fiz no Rio Grande do Sul, mas como eu fiz”.

Ele admitiu, porém, a possibilidade de a sigla abrir mão de candidatura própria, em prol de uma “terceira via” com chances reais de vencer Jair Bolsonaro. Leite mencionou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta como exemplo: “Se um nome como esse tiver chances reais de ganhar, devemos ter humildade para reconhecer”.

Leite afirmou que, no caso de surgir um nome mais forte contra Bolsonaro que tenha proximidade com seu partido no centro democrático, “manter uma candidatura do PSDB seria uma irresponsabilidade, uma inconsequência”.



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