Agronegócio


Jornalistas agro preocupados com censura na Argentina

Constituição garante que “todos podem publicar idéias pela imprensa sem censura anterior’”
14/10/2020 Agrolink / Leonardo Gottems

Foi com preocupação e questionamentos que o Círculo Argentino de Jornalistas Agrários (CAPA) reagiu à criação de um órgão estatal para controle e censura da informação no país vizinho. “Não será confiável que um organismo dependente do Estado seja aquele que define se uma notícia é falsa, maliciosa ou falsa”, afirmaram os profissionais de comunicação.

A Defensoria Pública Nacional da Argentina batizou de “Nodio” o órgão criado como um “observatório da desinformação e da violência simbólica em meios e plataformas digitais”. “O Nodio, que está em fase de formação, pretende ser uma linha de trabalho que contará com a participação de plataformas digitais, universidades, comunicadores, sindicatos, câmaras empresariais, empresas de comunicação e membros da sociedade civil. O seu objetivo é promover a liberdade de expressão e o debate democrático”, diz o comunicado oficial da Defensoria Pública.

Por outro lado, o CAPA afirma que a Constituição da Nação Argentina, através do artigo 14, garante que “todos os habitantes podem ‘publicar suas idéias pela imprensa sem censura anterior’”, “Esse tipo de ferramentas dependentes e conformadas por um Governo geram um condicionamento nos profissionais da comunicação, em todos os meios atuais”, dizem os jornalistas do agronegócio.

“Independentemente do partido no poder e no comando, não será confiável que na dependência do Estado uma agência seja aquela que define se uma notícia é falsa, maliciosa ou falaciosa, como se os destinatários de cada mensagem não pudessem fazê-lo por sua própria capacidade. Cada pessoa tem a capacidade e a liberdade de escolher os meios de comunicação, os comunicadores ou as mensagens para ouvir, ver ou ler”, afirma o Círculo de Jornalistas Agrários.

Segundo o CAPA, “a partir de agora, uma pressão extraordinária será imposta a cada jornalista na execução do seu trabalho, sabendo que cada palavra dita ou escrita pode ter consequências ainda não detalhadas, dependendo dos interesses da política em vigor. Já existem legislações e organizações dedicadas a esses fins e que não supõem uma fiscalização das mensagens”.

Miriam Lewin, da Defensoria Pública, afirmou que a iniciativa “está muito longe de qualquer tentativa de controle da informação pública”. “Ao contrário, propusemos, desde o início desta gestão, especificar uma abertura a todos os atores do setor que estivessem interessados, pilares para trabalharmos juntos por uma sociedade mais participativa, inclusiva e democrática”, defendeu-se.

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