Na coluna desta semana estaremos falando sobre uma personalidade que se tornou Herói Nacional por sua bravura, nasceu na época em que São Feliciano que era distrito de Encruzilhada do Sul, porém quando a cidade se emancipou, as terras onde ele nasceu na Coxilha Bonita ficaram pertencendo  a Dom Feliciano. JOÃO CÂNDIDO FELISBERTO, o Almirante Negro, Líder da Revolta da Chibata no Rio de Janeiro é um exemplo a nos orgulharmos, por isso é também uma de nossas personalidades, então falaremos em duas colunas sobre ele pois resumidamente falaremos de sua vida e também dos trabalhos que eu Luciana, como Diretora da Cultura realizei em sua homenagem pelos 100 Anos sem Chibata em 2011.  Temos orgulho em dizer que João Cândido Felisberto nasceu em terras domfelicianenses em 24 de junho de 1880. Filho de escravos, costumava acompanhar seu pai nas viagens feitas para conduzir o gado. Aos 13 anos, lutou na Revolução Federalista de 1893 no RS, iniciando sua trajetória a serviço do governo.  Em agosto de 1894, estava alistado no Arsenal de Guerra do Exército. Em 1895, ingressou voluntariamente na Escola de Aprendizes Marinheiros em Porto Alegre. Chegou ao Rio de Janeiro no mesmo ano para compor o quadro dos marinheiros da 16ª Companhia da Marinha. Consta que foi promovido e elogiado oficialmente diversas vezes. Em 1900, foi promovido a marinheiro de 1ª classe e em 1903 a cabo-de-esquadra. Devido a algumas brigas com os companheiros navegantes e por ter introduzido um baralho de cartas a bordo, foi rebaixado a marinheiro de 1ª classe. Nos 15 anos que serviu a Marinha, teve a oportunidade de viajar pelo Brasil e exterior. Foi enviado à Inglaterra para acompanhar o final da construção do Encouraçado Minas Gerais e aprender como manejá-lo. Retornou para o Brasil no começo de 1910 acompanhando o navio North Carolina, que trazia o corpo de Joaquim Nabuco, grande nome do abolicionismo. Então naquele mesmo ano, 1910, sob seu comando ocorreu a primeira grande rebelião militar na Marinha do Brasil: “ A Revolta da Chibata”, comandada por este homem que saiu aqui do Sitio do Herval em Dom Feliciano para se tornar um Herói Nacional no Rio de Janeiro.  Como o corpo militar tinha uma série de castigos físicos sob seus membros inferiores, como açoitamentos, teve seu estopim após a condenação de Marcelino Rodrigues Meneses a 250 chibatadas (chicote de corda com pregos), em 1910, com obrigatoriedade do restante dos marinheiros a assistirem ao castigo, esses então se revoltaram. E, em 22 de novembro, durante a noite,  se rebelaram e tomaram o controle do navio Minas Gerais. Outros três navios: São Paulo, Bahia e Deodoro, aderiram ao movimento. Seu líder foi o marinheiro João Cândido. O comandante do Minas Gerais, junto com outros oficiais acabou sendo morto, e o conflito ganhou dimensões de luta armada. Por iniciativa do senador Rui Barbosa, o então presidente Hermes da Fonseca aprovou uma proposta que atendia os marinheiros e ainda lhes concedia anistia, ou seja, eles não seriam presos. O ex-presidente ficou sem saída, uma vez que os navios estavam ancorados na Baía de Guanabara, apontados diretamente para o centro da cidade. Que era capital do Brasil na época. Dessa forma, os revoltosos depuseram armas e se entregaram às autoridades. As reivindicações dos rebelados eram duas: o fim dos castigos corporais e a melhoria na alimentação. Os castigos foram realmente encerrados, porém, foram enganados, pois  a anistia não ocorreu. Os líderes do movimento foram presos, entre eles João Cândido. As condições no cárcere eram extremamente degradantes e muitos desses líderes morreram na prisão, pois numa véspera de Natal na cadeia na Ilha das Cobras onde estavam presos, foi jogado cal virgem dizendo que era para limpeza, mas sabiam que era para mata-los porém dos 21 presos apenas  João Cândido e mais um homem sobreviveram, mas nunca esqueceram dos colegas morrendo a sua frente. Encerramos por aqui nossa coluna contando com você na próxima edição.