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Agosto, mês de frio mas também mês de alguém que marca a tropeada de nossas vidas...nossos pais!

Primeiro exemplo de homem e no nosso tradicionalismo, tem papel ímpar dentro das entidades.
11/08/2019 Marcelo Rayher / Foto Ilustrativa
Marcelo Rayher
Marcelo Rayher

Buenas gauchada, se chega o Agosto, mês do frio mas também mês de alguém que marca a tropeada de nossas vidas...nossos pais!

Nosso primeiro exemplo de homem e no nosso tradicionalismo, tem papel ímpar dentro das entidades.

 Pai e piá, duas palavras que talvez por serem tão parecidas andem lado a lado quase como um só!

Agosto, mês que dedicamos nosso mais terno afeto a uma pessoa ímpar, que enfrenta tudo para ver seu piá crescer e se tornar um homem de respeito!

Pai que nas churrasqueadas ensinaste a salgar a carne, vertia-se em orgulho ao ver que o pequeno crescia e que um dia seria ele lá na beira do fogo servindo toda a família.

Isso acontece seguidamente em nossas familias e não se damos por conta o quão lindo é ver as novas gerações seguindo os passos dos seus. E hoje essa história de campo retrata na singeleza do dia a dia a felicidade de um pai ao ver seu filho crescer!

PAI, PIÁ: DESTINO E TRADIÇÃO!

No entardecer de um domingo de outono saltava ao mundo, lá no Capão do potreiro, o filhote da égua baia, ensaiando seus primeiros passos com suas patas compridas a tropicar nas carquejas. Ao mesmo entardecer, o piá, fruto do amor da família enfrenava seu alazão de taquara e cabeça de espiga, mostrando que ali naquela mesma cena um dia o cavalinho seria lenha pro fogo e o piá seria guri...

Era logo ali que o tempo vinha cruzando e como uma tropa assustada cruzou em disparada mais um lote de anos.

Já não se via pernas de pau e tropas de osso pelas laranjeiras do terreiro, e tão pouco se via roupas pequenas penduradas no varal...

O que se via era que na hora do almoço já eram dois pares de botas embarradas no costado da porta.

Já não eram palavras tão parecidas, pois o piá já tinha forma de guri e o pai, esse se enchia de orgulho ao ver que seu filho estava seguindo seus passos.

Chegou inverno, chegou verão, e certo dia o pai como fizera tantas vezes puxando pela mão o filho pequeno até a porteira da mangueira para lhe contar as histórias riscando o chão com um galho da figueira que era testemunha daquela cena há tantos anos, mas naquela manhã...tudo era diferente, o passaredo cantava mais alto e as flores cintilavam suas cores naquela manhã de Setembro. Ao chegar da mesma forma à mangueira, pai e filho, dois homens, comungando da mesma emoção, relembravam tais histórias de campereadas e dos dias de marcação, eram histórias tão felizes e numa delas, lembraram de certa tardinha, quando a égua mansinha pariu o cavalinho baio.

De barbas brancas o velho pai proseava:

- Lembra meu filho do cavalo baio que foi teu parceiro de campo durante tanto tempo, e hoje aqui pasta tranquilo no campo? Eu vi ele crescer junto contigo, domei e quando ficou potrilho manso, entreguei ao teu cuidado, hoje vendo ele pastando ali, de pelagem gasta do tempo, onde só o sabiá pisa naquele lombo, vejo o porque de eu estar com estas barbas brancas.

-Mas sabe filho, o que eu queria dizer era que esse cavalo que foi teu companheiro entre tantas histórias, foi também meu parceiro para te ensinar a ser um gaúcho de fato, honesto, humilde e de um coração gigante!

- Aqui onde a gente vive, os bichos são partes da nossa vida!

O filho viu que na pedra moura, onde o velho recostava o pé caiu uma gota de lágrima, de felicidade por certo!

Naquele sentimento de gratidão o velho terminou sua história junto aos últimos raios de sol do dia!

- Esse cavalo foi meu maior presente pra ti, pois foi no lombo dele que tu aprendeu teu ofício e se tornou um ser humano de valia, e hoje ele encerra seu ciclo me entregando de regalo um filho que orgulha este pai já de bigode branco e com um sorriso de felicidade!

-Gracias meu filho!

E aquela cena que antes era de uma criança e seu cavalo de pau e um potrinho relinchando no potreiro cedia espaço para uma moldura de um filho, um velho e o baio, amor de pai campeiro!

E hoje? Hoje contamos a história desta família campesina como tantas que habitam o nosso Rio Grande.

 Portanto, vivente neste dia dos pais dê um abraço bem cinchado, mostrando o quanto ele é importante na tua vida!

E um baita dia dos pais a todos que são pais de todas as formas, que moram na cidade ou que vivem no nosso interior.  Porque a nossa tradição deve muito aos pais que desde pequeno nos ensinam o amor as coisas do nosso pago!

Feliz dia dos pais gauchada e até breve aqui no nosso Donfa News!


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